Se todo dia houvesse um artista no Plenário do Senado ou da Câmara,
as excelências iriam ouvir mais do que em manifestação de black block.
Depois de Falcão dizer que encontrou mais corruptos do que gente honesta
no Congresso, ontem Raimundo Fagner desceu a borduna sobre o líder do
governo, Eduardo Braga, e Vanessa Graziottin.
Fagner acompanhou a apreciação da PEC da Música, cuja votação foi
adiada para semana que vem, e não engoliu o fato de Braga e Vanessa
trabalharem para derrubar a proposta, que vai de encontro aos interesses
da Zona Franca de Manaus, no Amazonas, estado que elegeu a dupla.
Argumentou o inconformado Fagner:
- Eduardo Braga jogou sujo, usa sua posição de destaque, como líder,
em nome dos interesses de um estado. Defender o próprio estado está
certo, é perfeito. Mas por que só Manaus deve ter subsídios? Então, ele
deve ter gostado da falência da maior fábrica de discos do Nordeste, que
não tinha subsídios algum. A Zona Franca não é mais importante do que a
música.
O arsenal de Fagner alcançou Vanessa Graziottin, claro:
- Essa aí chegou a me procurar, disse que ia fazer uma pesquisa de
não sei o quê. Mas não há diálogo quando você vê a pessoa usando certos
expedientes, atuando contra a música e a favor dos interesses de uma
minoria.
(Fonte, Magno Martins)